quarta-feira, outubro 15, 2003

DEZ MIL E OITENTA MINUTOS - parte 3

Terça

Todas as missões completadas. Um pouco enjoado após conversar com o Time Raivoso, talvez por super-ventilação. a Carroça não ajudou. Pouco agüentei na mina fibrosa. Eu e minha garota endurecidos como autômatos. O homem-mosca falseava na caixa Overackt zumbidos de amor psicodélico. Duas bisnagas de proteína abaixo e estava bem. A dureza continua hoje. Uma das missões do dia não pôde ser cumprida; é uma merda quando elas passam para o dia seguinte - pior ainda quando é para o outro.

Hordas de pequenos times de defesa mental passeiam pela cidade, como grupos de pássaros em reconhecimento. Algumas jovens demais pra isso. Diacho. Parecem tão perdidos em sua tentativa de se mimetizar com o ambiente. O Time Raivoso bem que podia alegrar uma festa que juntasse todos e fosse regada a bebida, sexo e sangue.

Novamente a mulher da carroça e sua voz andróide. Ela gosta de falar sozinha. Essa história de todos agirem como se suas vidas estivessem sendo transmitidas a um programa - ou a completa ignorância do fato - ainda vai acabar mal. Gostaria que os germes, que voltaram em quantidade bem menor hoje, pudessem fazer alguns serviços por mim. Mas não é pra isso que estao ali. As larvas de mosquito também reapareceram. A negroline não deu cabo de todos e recolhi e esmaguei alguns ainda se remexendo como que buscando vida ou só o caminho de casa. Podem não ser larvas de mosquito, mas filhotes de lacraia ou mesmo de caramujo.

Senti enjôo de novo. Não só por suas pequenas e achatadas formas de cor cinza-esverdeada e branca se remexendo. Mas pelo que tinham de humano.

Por alguns momentos eu invejo os nômades. Mas até aí....