a morte solitária de jack monroe

- ninguém vai entender minha fascinação com isso além de talvez umas 2 pessoas. ed brubaker e steve epting têm feito um CAPITÃO AMÉRICA bem legal, mistura da espionagem bizarra dos anos 60 com deprezices modernas de herói [tanto quanto os anos 80 podem ser modernos] e o seriado de tv '24h'. no meio da trama mata o jack monroe, mais conhecido como NÔMADE.

um dos heróis [anti-heróis?] mais ridicularizados na marvel, comparado com uma mistura bizarra de RENEGADE com bon jovi e um dos nomes que vêm à mente quando se fala em como o começo dos anos 90 foi ruim em termos de qualidade de histórias nas grandes editoras. na verdade ele é um dos personagens mais fodidos na vida, mais sofrido mesmo da marvel - de quem foi feito muito gato e sapato.

agora com a tal trama legal de espionagem "que vai abalar a vida do capitão blablablá" entre-atos, vem uma edição fechada em que se explica o que aconteceu com jack até chegar sua triste e banal morte. pelo menos o brubaker faz uma pesquisa legale fecha uns nós soltos que a editora não havia deixado o fabian nicieza fechar há muitos anos [nicieza sendo o cara que reinventou o NOMAD].

longe de mim querer parecer mais um babaca reclamando que um personagem desconhecido foi morto em função de uma história besta, mas acho que todo mundo tem sua hora de babaquice. NÔMADE tem a ver com uma época interessante da minha adolescência no começo dos anos 90, quando eu sentia no ar a possibilidade dos meus anseios se tornarem realidade nesse mundo merda e tudo parecia mais criativo. o personagem era um revoltadinho, talvez o único daquele esquema ali e isso ressoava legal comigo, por mais que tivesse aquele lance meio ridículo do visual. ei, quem liga afinal?

bom, eu ligo. nossa, mereço mesmo um soco. então, apesar de eu sentir que um novo ciclo de mudança positiva e criatividade se avizinha, a gente só é adolescente uma vez. e pra mim o NÔMADE não era só uma lembrança legal, era uma das pontes pra esse futuro hipotético. não vale explicar por quê, só manter na cabeça que em gibi de super-herói ninguém fica morto pra sempre. ai meu deus, me batam com força agora.