quarta-feira, março 23, 2005

Vai andar

ontem saí pra andar lá por umas 17h, o que em Santos é sempre bom porque, dependendo de pra onde vai, ver o movimento de saída das escolas dá a impressão de que a cidade não é tão parada. fui costurando pelas ruas pra chegar até onde eu queria [dispensei o busão, como às vezes faço] e tive a boa surpresa ao passar por ruas legais do Campo Grande em que eu nunca havia ido antes, cheias de casinhas antigas entre um prédio e outro.

a Santos enterrada em si mesma sob a forte luz do fim da tarde que deixava as nuvens bagunçadas em cor de fogo, um lugar diferente do qual a gente tá acostumado.

como se isso não bastasse estava chegando no que parecia ser uma praça elevada [?] como se estivesse em cima de uma ladeira, coisa que não tem por aqui. no fim era uma passagem na linha do trem, cercada por um posto policial e um clube de bocha, se não me engano. já tinha visto que o céu atrás de mim estava escuro, e do outro lado da linha do trem olhei de novo: não só estava ainda mais escuro como tinha talvez o maior arco-íris que já vi, e outro mais fraco à sua frente.

atravessei a avenida pra ver melhor e fiquei parado olhando até ele se dissipar. queria muito que a Flávia estivesse ali pra ver aquilo comigo; pena que eu não tinha uma câmera. já tinha ganhado o dia. depois do que eu tinha pra fazer ainda voltei andando pra aproveitar um pouco mais. andar pela cidade em determinadas situações faz a gente ver de novo outros lados dela, como um alienígena explorando uma dimensão diferente e até bonita às vezes.