- de vez em quando vou postar sobre alguns filmes que vi na tv a cabo recentemente:
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toda a ação se passa dentro da casa com planos americanos em profusão e fotografia em tons outonais, como era de praxe nos trabalhos dessa época. há momentos engraçados - com muitos diálogos casuais - mas que prenunciam tempestades emocionais e também físicas, como a cena em que a luz acaba e os personagens começam a deixar suas neuroses aparecerem à luz e velas. em trechos como esse é que se nota que o filme é mais do teatro filmado, como pode parecer em um primeiro momento, e Woody como Cineasta toma as rédeas da "peça" fazendo ela virar Cinema de observação humana. ele deixa os personagens fazerem terapia na tela, tentando se resolver enquanto se destróem - destacando-se os momentos em que Mia Farrow está no limite da fragilidade [usando seu aspecto suicida até não poder mais], à beira de ter um colapso nervoso quando tem de lidar com a situação do namorado que não quer nada com ela e ao mesmo tempo confronta a mãe depois de muitos anos tomando [até literalmente] tiros por ela.
é como se dentro da casa se encerrasse uma zona quase fora do tempo e espaço, uma área mental entre as estações onde os personagens vão se olhar no espelho pra se resolver de vez e ver quem eles amam de verdade. onde vão tomar seu remédio, que vem num frasco pequeno mas é bem forte. veja o trailer
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