segunda-feira, março 24, 2003

- O desenhista Sérgio Cariello assinou exclusividade com a Crossgen, que edita basicamente HQs de fantasia. vai ter de largar as aulas que dava na escola do Joe Kubert e se mudar pra Tampa, Flórida, como são obrigados a fazer todos os profissionais que assinam com a editora - o que já rendeu piadas sobre como a Crossgen seria um culto liderado pelo endinheirado Mark Alessi. Cariello falou pro UHQ sobre os prós e contras de ser frila e assalariado:

"O freelancer, embora seja seu próprio chefe, termina trabalhando sem parar, sem descansar, sem férias, mas com possibilidades de ganhar mais. Mas, às vezes, não produz nadinha, e não ganha nadinha também", continua.

"Já no caso da CrossGen, temos que produzir cinco páginas por semana, de segunda à sexta, trabalhando das 9 às 17h, com salário fixo, férias e benefícios médicos, além da vantagem da possibilidade de fazer freelance pra própria editora, em outros projetos."

"Mark Alessi (criador da editora) é muitíssimo esperto, peitudo e cheio da grana. A proposta dele é de trazer de volta o entusiasmo perdido com outros tipos de historias em quadrinhos, como a fantasia. Gênero muito atraente hoje em dia, como prova o filme Senhor dos Anéis e outros. Desenhar é o meu prazer, seja fantasia, super-heróis, Gotham City, Nova York ou Atlantis."

tudo muito bem, tudo muito bom; que ele ganhe os tubos fazendo o que gosta. só que não tem diferença alguma ganhar muito ou nada como frila ou ter segurança como empregado se não se detém direito autoral algum sobre o que se faz. ele continua trabalhando pros outros e não em seus próprios projetos. sem querer me meter na vida do cara, mas só uso isso pra ilustrar que não só no Brasil os autores têm grandes chances de ficarem na pior se passarem a vida trabalhando só com os personagens dos outros. falando nisso, já leu a última HECTORAMA?